Capas


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Pra onde vai o Gauchão?

Eita, que esta semana foi mais difícil que nadar de poncho e dormir de espora sem rasgar lençol

E o Gauchão da Farroupilha!?

Olha guri, repare o que estás fazendo, estão procurando um rancho novo pra ti.
Me parece que não é muito bem quisto por esses lados onde mora.
Então indio Velho e hora de Alçar a perna no pingo, sair sem rumo certo, Olha o pampa deserto e o céu fincado no chão, Troque as rédeas de mão, Mude o pala de braço e veja a lua no espaço Clareando todo o rincão.
Falam muito no destino, até nem sei se acredito, tú fui criado solito mas sempre bem prevenido,
índio do queixo torcido, Que se amansou na experiência.
Agora vai voltar pra querência ou quem sabe para o Lugar onde foi parido.

O Povo decide o destino, e você gaúcho amigo cumpre sem criticar, pois criticado como fostes,
também teria o direito, porém engole o orgulho no peito e parte sem tristezas, buscando novas 
proezas pra alegrar o coração, ou quem sabe ser esquecido em alguma parte de um galpão.

Queria eu que a tua casa fosse um ranchito campeiro, Amigos, gente chegando,
e no fogão , um braseiro, A carne gorda pingando, na festança do assado,
e a gaita velha tocando um chote bem compassado..
Que as buzinas, telefones, ruídos que te consomem, Martirizando a existência, Fossem passaros cantores, nativos, anunciadores de uma sonhada querência,

Ao te ver nesse entrevero, eu contigo sofro junto, Tú até parece um defunto. Parado, quebrado e cego, como quem diz Não me entrego:  Sou gaúcho, morro e não grito Cumprindo o fado maldito Que desde a minha criação carrego!

O Grito é forte, sai do peito, sai assim meio sem jeito, ruído de tropa caudilha, amado ou odiado, afinal para onde vai o Gauchão da Farroupilha?

Adaptações das poesias de: João da Cunha Vargas (Deixando o Pago), Caco Coelho (Sonhada Querência) e Jayme Caetano Braum (Galo de Rinha)

Um Grande Abraço
Cláudio Albano