Capas


terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Descobrir o ser - Uma luta consigo mesmo

      O dia amanheceu chuvoso, depois de uma noite de tempestades com ventos fortes, queda de árvores e galhos na praça ao lado de sua casa. Não era uma casa grande ou luxuosa, mas era aconchegante, quente no inferno e fresca no verão. Gostava de sentar na varanda para ler um livro ou simplesmente apreciar a vista da cidade. Como a casa se localizava em um bairro alto podia visualizar toda a cidade apenas com um giro de cabeça.

       Da Igreja Matriz até a saída para o balneário visualizava o verde da arborização urbana, os telhados das casas baixas e os edifícios que ao longo dos anos foram fazendo parte da paisagem que ele considerava parte de si mesmo. A noite a iluminação tomava conta e até mesmo em tempos de chuvas e tempestades como a da noite anterior, era possível imaginar as estrelas. A cidade das noites estreladas e do mais lindo por do sol, assim a considera.

           Naquela manhã pós apocalíptica de outubro, onde o caminho para o trabalho estava uma mistura de concreto do asfalto com  folhas de árvores e galhos nas calçadas, ele andava devagar, pensativo em como buscar uma solução para uma guerra que travou consigo mesmo. - Como me conhecer como sugeriu há tantos séculos o filosofo Sócrates? -. "Nosce te ipsum". Conhece-te a ti mesmo. Mal sabia que a partir daquela manhã de chuva começaria uma aventura que o marcaria e lhe mudaria pelo resto de sua vida.

          Naquela manhã ele começou travar a batalha da alma, a batalha com o seu eu e com sua historia. Era hora de se conhecer, de se libertar, de ser alguém melhor do que era, hora de ser ele mesmo, hora de descobrir e de chorar os seus mais temidos medos e defeitos, hora de se alegrar com sua caridade e bondade.  Era o momento de equilibrar. O mundo será outro quando a batalha terminar. Pelo menos para ele será.

       Nunca imaginou que na sua mente algo tão inquietante o atormentava, ele queria respostas, mas para obter as respostas teria que ter as perguntas certas e depois disso aceitar a resposta que lhe será dada, seja ela dolorida ou suave. Precisava passar pelo momento em que o iluminaria para conhecer e valorizar o milagre da vida nos seres mais insignificantes do planeta.

VIDA, era isso que ele procurava.

          Como em um gráfico a Vida esta no topo e interliga logo abaixo, a paz e a felicidade, que por sua vez, interligam com infinitas formas, buscar a perfeição em todas essas formas era crucial para vencer a batalha. Mas como?

         Não, ele não sabia como, mas tinha a certeza que descobriria, só não sabia que para isso sofreria tanto, choraria lágrimas de sangue e se auto mutilaria em seus pensamentos.  A Batalha começou e ninguém poderá disser se chegara ao final vencedor ou derrotado.

Cláudio Albano

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Como se apresentar em uma entrevista de emprego

 
          O Brasil vive um momento difícil na economia e o desemprego afeta uma grande parcela de nossa sociedade, se você se encontra nesta situação de desemprego, sabe o quanto é complicado procurar e não encontrar, parece que estamos vivendo como um inútil. Alguém que não produz não se sente bem no meio social.

            E quando a chance aparece?

            Conseguir um emprego é muito complicado, principalmente quando o índice de desemprego é alto. A concorrência aumenta e você ainda tem que encarar a entrevista que pode ser "fatal" caso não esteja preparado para  tal. Pois bem, vou deixar algumas dicas para quem precisa se preparar para encarar o entrevistador.

            A entrevista começa bem antes com a preparação. É muito importante conhecer bem a empresa em que você quer entrar, busque informações no site, converse com alguém que você conheça e já trabalha na empresa, fica muito estranho  se o entrevistador lhe perguntar algo sobre a empresa e você não tiver a informação. Geralmente não são perguntas complexas, mas podem lhe complicar no decorrer da entrevista, pois eles vão querer saber se você realmente interessado pela empresa que lhe dispõem a vaga.

            Durma bem no dia anterior, relaxe o máximo que puder, com o corpo descansado sua mente fluirá melhor e você terá maior discernimento durante a entrevista. A alimentação também vai ajudar, não vá com fome, coma antes pois se estiver com fome pode ficar irritado, o mais importante é ficar calmo mesmo com perguntas complicadas.

            Ao chegar na empresa é bem possível que você já esteja sendo avaliado e monitorado, portanto seja cordial com todos, desde a recepção até mesmo com que estiver esperando como você, cumprimente e se apresente sempre antes de qualquer informação que quiser obter. Um sorriso no rosto pode mostrar muito sobre você, e com cordialidade as barreiras são mais facilmente quebradas.

            Quando entrar na sala, cumprimente o entrevistador de forma cordial, responda as perguntas naturalmente, sendo você mesmo, não tente inventar palavras e teorias para explicar o que você pensa. Agir naturalmente conquista as pessoas. Preste atenção, ser natural não é ser inconveniente, ou seja, um bobalhão cheio de brincadeiras.

            Não fique apenas respondendo como se estivesse  se defendendo de um ataque, ou sendo interrogado pela justiça, interaja com o entrevistador, faça perguntas, porém tenha cuidado para não exagerar e parecer um bisbilhoteiro ao invés de alguém realmente interessado pela empresa.

            Leve em consideração o seu objetivo, saiba exatamente por que você quer trabalhar na empresa, saiba explicar de forma clara o que pretende fazer para alavancar sua carreira, não tenha medo de parecer sínico ou arrogante, seja apenas sincero. Algumas perguntas, as vezes querem testar a sua ambição. Nenhuma empresa quer um funcionário que se acomode com a situação. Seja atuante e tenha atitude, desde a entrevista.

            Além de tudo acima, confie em você, acredite que é possível se dar bem e conseguir o emprego que quer. Tenha convicção de que o emprego é seu e exatamente para você que ele esta lá. Um individuo confiante tem muito mais chances de conseguir o que almeja. Não crie dúvidas desnecessárias e não pense em problemas que possam acontecer durante a entrevista. Se tiver essa confiança e a preparação adequada, conseguira sair de situações embaraçosas, isto não só na entrevista mas em todas as situações cotidianos.


Boa sorte e boa entrevista!

Cláudio Albano

sábado, 16 de julho de 2016

PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO, AS NOVAS TECONOLOGIAS E SEUS REFLEXOS NA COMUNICAÇÃO DE MASSAS.


Trabalho para o curso de licenciatura em Sociologia UNIP - Aluno Cláudio Albano 



                          Introdução
A sociologia surgiu de um desejo de entender e sugerir formas de melhorar a sociedade moderna que nasceu do iluminismo, em especial os efeitos da industrialização, da racionalização e do capitalismo. Mas, conforme a disciplina da sociologia se tornou cada vez mais reconhecida no final do século xx, ficou claro que existia uma outra força guiando a mudança social: a globalização.

Desenvolvimento
Enquanto algumas pessoas acham que o mundo entrou numa era pós-moderna e pós-industrial, outras veem a globalização como uma simples continuação do processo de modernidade. Zygmunt Bauman, por exemplo, argumenta que aquilo que começou com a industrialização agora entrou numa era mais madura, “uma modernidade tardia’, conforme a tecnologia foi se tornando cada vez mais sofisticada. A natureza do progresso tecnológico implica que esse estágio seja caracterizado por uma ‘modernidade liquida’.

Talvez o efeito social mais perceptível desses avanços tecnológicos tenha sido a melhora nas comunicações. Dos telefones à internet, o mundo se tornou cada vez mais interconectado, e as redes sociais agora transcendem as barreiras nacionais. A tecnologia da informação não apenas acelerou as transações comerciais, tornando-as mais fáceis do que nunca, como também conectou indivíduos e comunidades que antes estavam isolados.
Manuel Castells foi um dos primeiros a identificar os efeitos sociais dessa sociedade em rede, enquanto Roland Robertson argumentava que, em vez de ter um efeito homogeneizador (ao criar um modelo universal de sociedade), a globalização estava, de fato, se fundindo com as culturas locais para produzir novos sistemas sociais.

Outro aspecto da modernidade tardia é a facilidade com que as pessoas agora viajam pelo mundo. Assim como a migração do campo para as cidades depois da industrialização criou novas estruturas sociais, a crescente mobilidade no final do século xx mudou padrões sociais. A migração econômica tornou-se cada vez mais comum conforme as pessoas se mudam não apenas em direção às novas cidades globais, mas internacionalmente em busca de trabalho e prosperidade. Como Arjun Appadurai e outros chamaram a atenção, isso levou a mudanças culturais, incluindo um questionamento sobre como se formas as novas identidades.

Um mundo em rede

A era da informação é definida pela criação e disseminação de vários conhecimentos especializados, como as flutuações dos preços internacionais do petróleo, dos mercados financeiros etc. Nas sociedades capitalistas avançadas, redes de capital financeiro e de informação estão no cerne da produtividade e da competitividade.

A mudança da produção de bens e serviços para a informação e o conhecimento tem alterado profundamente a natureza da sociedade e das relações sociais.

Castells alega que o modo dominante de organizar relações interpessoais, instituições e sociedade inteiras são as redes. Além disso, a natureza maleável e aberta dessas redes faz com que se espalhem por todo o globo.

Quando sociólogos clássicos como Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber usam o termo “sociedade”, eles se referem primordialmente aquela de um determinado estado-nação. Assim, por exemplo, é possível falarmos da sociedade americana como algo distinto da, digamos, britânica, apesar dos pontos em que são similares. Mas, na obra de Castells, o estado-nação tornou-se o mundo e tudo nele. Já não existe o mundo de estados-nações relativamente autônomos, com suas próprias sociedades estruturadas para dentro – ele foi reimaginado como uma infinidade de redes que se intersectam e se sobrepõem.

A ideia de um mundo plenamente conectado, ligado pela internet, evoca imagens de pessoas em todos os cantos do planeta se envolvendo produtivamente em diferentes tipos de relações umas com as outras em redes em constante mudança – não mais restritas pela geografia ou pela naturalidade, mas pela capacidade da imaginação humana. Hoje é possível acessar informação 24 horas por dia através de ferramentas de busca como o Google, e entrar em chats com pessoas que estão a milhares de quilômetros de distância numa comunicação instantânea.

Castells elabora o conceito de redes de diversos modos. A redes baseadas em microeletrônicos definem a sociedade em rede e substituem a burocracia como a principal forma de organização das relações sociais, porque elas são muito melhores em lidar com a complexidade. Assim como as redes microeletrônicas incluem redes políticas e interpessoais. O “estado em rede” inclui instituições políticas transnacionais, como a União Europeia, enquanto vários exemplos de redes interpessoais são criados através de internet, e-mail e sites de redes sociais, como o Facebook e o twitter.

Castells diz que uma rede pode ser definida assim: ela não tem um “centro”, é feita de uma série de “nódulos” de importâncias vairadas, mas todos são necessários para que a rede possa operar; o grau de poder social peculiar a uma rede é relativo, dependendo de quanta informação ela é capaz de processar; uma rede só lida com um certo tipo de informação – a saber, o tipo de informação que lhe é relevante; e uma rede é uma estrutura aberta, capaz de se expandir e de se comprimir sem limites.

Castells enfatiza os altos níveis de adaptabilidade característicos de uma sociedade em rede. O importante aqui é que uma ordem social organizada em redes e ao redor delas pode alegar ser altamente dinâmica, inovadora e voltada a mudanças sociais constantes e aceleradas. Castells descreve as relações sociais em rede como “uma forma de atividade humana dinâmica e em autoexpansão”, que tende a transformar todas as esferas da vida social e econômica.

                                     Considerações Finais.
Independentemente de a sociedade em rede ser uma novidade ou ser benéfica, não há dúvida de que o mundo está cada vez mais interconectado e dependente das tecnologias digitais, que estão mudando as relações sociais. Para Castells, a ascensão da sociedade global atada por uma miríade de redes é, em última instância, algo positivo. Capacitar pessoas de lugares longínquos a interagir oferece o potencial para a humanidade usar recursos produtivos coletivos para criar uma nova ordem mundial iluminada. Ele argumenta que, se “estivermos informados, ativos e nos comunicarmos pelo mundo afora”, “poderemos nos afastar da exploração do eu interior, fazendo as pazes com nós mesmos”.

                               BIBLIOGRAFIA:
BAUMAN, Z. Ética pós–moderna. São Paulo: Paulus, 1997.
________. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
________. Amor líquido. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
BECK, U. A reinvenção da política: rumo a uma teoria da modernização reflexiva. In: GIDDENS, A.; BECK, U.; LASH, S. (Orgs.). Modernização reflexiva. São Paulo: Unesp, 1997.
GIDDENS, A. Modernidade e identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.
Castells, Manuel. A sociedade em rede, vol 1.- São Paulo: Paz e Terra, 1999.
______________. O Poder da Identidade. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura. Vol.2.São Paulo: Paz e Terra, 1999.

APPADURAI, Arjun. Modernity at Large. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1997.

ROBERTSON, Roland. Identidade Nacional e Globalização: Falácias Contemporâneas. In BARROSO, João Rodrigues (org.) Globalização e Identidade Nacional. São Paulo: Atlas, 1999.
RIESMAN, D. A multidão solitária. São Paulo: Perspectiva, 1971.

O livro da sociologia. Tradução Rafael Longo – 1ªed. – São Paulo: Globo Livros, 2015

DESIGUALDADE SOCIAL NA ATUALIDADE E OS PROBLEMAS CAUSADOS PELO CRESCIMENTO DO DESEMPREGO

Trabalho para o curso de licenciatura em Sociologia - Aluno Cláudio Albano


Introdução
Pobreza e desigualdade econômica e social encontram-se entre as temáticas mais constantes das analisadas da América Latina (ROBERT, 1995); São altos os índices de desigualdade que colocam a região em foco tanto com relação às políticas governamentais voltadas para a superação da pobreza, como com relação aos efeitos provocados no sistema político e social latino-americano. Essas análises usualmente atribuem aos altos indícies de desigualdade uma série de mazelas do tecido político e social, como os problemas causados pelo crescimento do desemprego.


Desenvolvimento
No livro texto da disciplina Metodologia de Ensino das ciências sociais lemos que cada indivíduo precisa entender que suas atitudes, seus valores, o trabalho que exerce e as relações sociais que constrói são frutos do tempo em que vive. Não se pode criar um conflito entre o que se vive e o que se pensa. A desigualdade social, principalmente a que foca o racismo, é um pensamento retrógado e fora dos padrões atuais de comportamento exigido pela sociedade atual. Hoje mais do que nunca é preciso entender que somos uma única raça. Não existe raça negra, branca ou amarela, existe apenas a raça humana.

Como vimos na disciplina História da Antropologia temos que compreender o ser humano visto como espécie. Olhar para nós mesmos como uma espécie do reino animal implica em nos reconhecer como animal que apenas se diferencia pelas características especifica como a simbolização e produção de cultura.

Obviamente que quando falamos de desigualdades sociais não podemos focar apenas na questão de raças, mas também na questão financeira, social e cultural dos indivíduos. Em meu trabalho de observação e projeto desenvolvido para o semestre na Escola Municipal Henrique Ghellere na Cidade de São Miguel do Iguaçu, Paraná, pude constatar que embora, em sua maioria, os alunos residam em um mesmo bairro, ainda assim se vê entre eles, desigualdades sociais. O aluno que tem uma mochila melhor geralmente se relaciona com outros que também tem mochila melhor.  Os alunos que  gostam de determinados heróis se relacionam com aqueles que tem a mesma preferência, excluindo aqueles que tem pensamentos diferentes.

Ocorre que, de forma natural, o ser humano acaba se isolando de outros que não pensam da mesma forma, são pequenas sociedades formando-se no interior da grande sociedade. Natural, desde que não influenciem em tratar como desigual quem pensa diferente ou quem tem um padrão de vida inferior como o aluno da mochila não tão boa quanto.

A desigualdade social ultrapassa os limites do materialismo e se expressa em todas as esferas da vida humana visto que a sociedade capitalista é complexa e marcada por jogos de interesses entre classes sociais, crises morais, crescimento da burocracia, lutas pelo poder, etc. como vimos na disciplina Ciências sociais deste segundo semestre.

A sociedade atribui ao Governo a responsabilidade de acabar com a desigualdade social, porém este não é um trabalho único e exclusivo do Governo mas de todo o individuo que queira visar um futuro igualitário para todos, mesmo por que o governo se mostra ineficiente em suas politicas públicas. Como vimos na disciplina Pensamento político moderno, os atuais acontecimentos e os acontecimentos ao longo da historia confirmam essa observação. Os movimentos grevistas e as reivindicações populares puseram em risco o silencioso consentimento com o estrondo das manifestações urbanas, porém esses movimentos não queriam o poder, e sim mudanças no poder, mais precisamente na condução da política econômica e diretrizes das politicas públicas.

As reivindicações e movimentos sociais que tomam as ruas abrem uma  comunicação com o poder, mostrando o descontentamento, esses movimentos abrem uma variedade de formas de mostrar o que querem e precisam. Sabemos que quando falamos de comunicação, a abrangência é ilimitada. Na interação humana, a comunicação pode ser realizada por meio de um simples gesto, ou até por complexidade de um texto cientifico escrito. Vimos isso na disciplina Comuniação  e Expressão, por isso, a forma de comunicação encontrada pelos mais diversos movimentos sociais, usando as ruas, são ouvidos e talvez não em total e absoluto, mas suas reivindicações são em partes, atendidas.

Entre esses vários movimentos estão os que pedem abertura de emprego, maiores números de vagas no mercado de trabalho. O Desemprego se dá quando a média da população que, com a sua força de trabalho, não está devidamente alocada em um emprego. É um fenômeno com maior índice, observado principalmente em países emergentes, cuja economia não cresce em proporção ao crescimento demográfico da população, que, por sua vez, não encontra meios de alocação no mercado de trabalho, por consequência de outros fenômenos como a educação precária, e mecanização da maioria dos meios de produção. Observa-se o desemprego como outra consequência da desigualdade social, uma vez que quem detém a renda numa sociedade, tem acesso a uma melhor capacitação profissional e educacional, que subsidia a empregabilidade de um cidadão.
Embora a geração de empregos tenha aumentado nos últimos anos, graças ao crescimento da economia, ainda existem milhões de brasileiros desempregados, este número pode aumentar com a atual crise econômica. Nos anos de crescimento da economia, porém, não foram o suficiente para gerar os empregos necessários no Brasil. A falta de uma boa formação educacional e qualificação profissional de qualidade também atrapalham a vida dos desempregados. Muitos têm optado pelo emprego informal (sem carteira registrada), fator que não é positivo, pois estes trabalhadores ficam sem a garantia dos direitos trabalhistas.

            Sendo que o desemprego é uma construção subjetiva, muitas vezes a variação encontrada nas estatísticas do desemprego (se as comparamos com contextos sociais diversos) resulta de que, para serem socialmente reconhecidos (e contabilizados) como desempregados, é necessário que os indivíduos se auto-reconheçam como tais e acorram às instâncias de reconhecimento institucional do desemprego. Para entender, se, quando e como essa auto-identificação se produz, é imprescindível a análise das experiências biográficas, o estudo dos percursos profissionais dos desempregados, bem como do sentido subjetivo atribuído à condição do desemprego pelos indivíduos que a vivenciam. ( GUIMARÃES, 2006)

Além do crescimento do desemprego, está ocorrendo uma ampliação da economia informal, mostrando que as melhorias técnicas diminuem os empregos em vez de criá-los. Dificilmente pode-se encontrar um único setor industrial em que o número de empregados não tenha tendência a contrair-se. Nos dias atuais é impossível ignorar o extraordinário efeito destas metamorfoses sobre o mundo do trabalho. A contínua redução industrial e o crescimento menor dos serviços têm ampliado o desemprego e a insegurança no trabalho, pois, com a redução de postos de trabalho, a qualidade desses empregos afasta-se dos padrões desejáveis, aumentando, assim, o trabalho precário, com a consequente ampliação das desigualdades sociais, da pobreza e da exclusão. Parte do aumento do desemprego deve-se à reestruturação tecnológica e à adoção de novas formas de organização do trabalho que as empresas vêm praticando com o objetivo de reduzir custos e de aumentar a competividade dentro de uma economia aberta e globalizada. (BARBARA, 1999).



                                     Considerações Finais.
Na disciplina Psicologia do desenvolvimento da Aprendizagem se percebe que o ser humano se desenvolve mental e organicamente. O Desenvolvimento se caracteriza pelo aparecimento de estruturas mentais que se aperfeiçoam e modificam ao longo da vida, porém, com períodos de grandes modificações antes de atingir a idade adulta. São as regras que garantem o funcionamento harmônico da inteligência, da vida afetiva, das habilidades em geral e das relações sociais.

As desigualdades sociais surgem durante o processo, como que enraizadas no capitalismo e na realidade social que se vive, para se mudar isso e preciso mudar todo um conceito de regras e sociedade. O individuo precisa ser educado deste a infância de forma igualitária pelas instituições família, Igreja, Escola. Aplico aqui o positivismo de Augusto Comte: amor por principio e a ordem por base: o progresso por fim.


                               BIBLIOGRAFIA:

ROBERTS, K. "Neoliberalism and the transformation of populism in Latin America: the Peruvian case". World Politics, vol. 48, nº 1, p. 82-116, 1995.

Balbachevsky, Elizabeth and Holzhacker, Denilde; O novo consenso da sociedade brasileira: democracia e igualdade. Opin. Publica, Nov 2011, vol.17, no.2, p.493-515. ISSN 0104-6276
Euzébios Filho, Antonio and Guzzo, Raquel Souza Lobo; Desigualdade social e pobreza: contexto de vida e de sobrevivência. Psicol. Soc., Abr 2009, vol.21, no.1, p.35-44. ISSN 0102-7182
GUIMARÃES, Nadya Araujo. Por uma sociologia do desemprego. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, 2006.

Barbara, Maristela Miranda. "Reestruturação produtiva, qualificação, requalificação e desemprego: percepção e sofrimento do trabalhador". Psicol. cienc. prof., 1999, vol.19, no.1, p.30-49. ISSN 1414-9893


quinta-feira, 26 de maio de 2016

Politica de fato - Parte 3

  No instigante ensaio A invenção da política, o filósofo contemporâneo Francis Wolff argumenta que, para compreender a essência universal da política e sua ligação com o ser humano em geral, é preciso romper com certas imagens particulares da política.


     Quais seriam essas imagens? Ora, são as questões cotidianas que estão na base do nosso entendimento mais imediato da política, citadas já na parte 1 destas postagens. Mas, por que romper com elas? Por que evitar essas questões particulares ou específicas? Elas não são relevantes?

     É claro que elas são muito importantes e devem ser profundamente discutidas e elucidadas, porém, num segundo momento, Se enfrentarmos essas questões, antes de tentarmos responder aquelas que as antecedem, elas não serão bem respondidas, além do que, poderão nos distanciar das questões fundamentais - a saber: O que é a política? Qual é a sua essência? Por que ela existe em todas as culturas e civilizações, ainda que de maneiras diferentes? Ética e política já estiveram juntas algum dia?

    (Wolff, 2003, p. 27)
  Ainda segundo Wolff (2003), a vida humana pode acontecer a partir das três possibilidades que se seguem:
    
     a) Em comunidade, organizada pela existência de uma instância externa à sociedade (o estado, por exemplo), cuja função seria a efetivação e a manutenção da unidade da sociedade. A política, neste caso, seria coercitiva e o poder estaria localizado fora da sociedade, mas agindo sobre ela.

   b) Isolada, como a maioria dos animais, talvez pequenos grupos ou famílias. Essa condição seria praticamente impossível.

   c) Em comunidade, mas sem a necessidade da política. A vida transcorreria em harmonia, sem diferenças, sem conflitos, nem confrontos, sem a necessidade de leis ou limites.

     Retornemos ás proposições de Wolff. A primeira é indesejável, afinal, quem gosta de viver sob coerção? A segunda possiblidade, que é a idéia de viver isoladamente, transita entre o romântico eo patético e é anacrônica. A terceira, que propõe a vida sem politica, é uma utopia sem sustentação material. Sendo assim, o que resta?

     Sabemos que vivemos juntos, em sociedade, e não isoladamente. Sabemos que temos diferenças e que os confrontos e conflitos fazem parte da vida em sociedade. Sabemos que existem profundas contradições sociais. Portanto, seja através do ideal de autogoverno ou de uma instância externa à sociedade e, portanto, coercitiva (O Estado), a política é uma dimensão necessária e constitutiva da existência humana; assim, onde houver uma sociedade, haverá política.

    Resta saber então: Que tipo de política temos? Que tipo de política queremos? Que política podemos construir?

Filosofia política do ensino médio

Claudio Albano

sábado, 30 de abril de 2016

Política de fato - Parte 2


Hanna Arendt nascida na Alemanha, de familia judaíca, estudou filosofia em Berlin com Heideggger e Jaspers. Na segunda guerra refugiou-se nos Estados Unidos, onde lecionou na New School for Social Research. Vejamos um trecho de sua obra póstuma, O Que é Política?

O Preconceito contra a política e o que é de fato politica hoje.

O perigo é a coisa política desaparecer do mundo. Mas os preconceitos se antecipam; 'Jogam fora a criança junto com a água do banho', confundem aquilo que seria o fim da política com a política em si, e apresentam aquilo que seria uma catástrofe como inerente à própria natureza da política e sendo, por conseguinte, inevitável.



Por trás dos preconceitos contra a política, estão hoje em dia, ou seja, desde a invenção da bomba atômica, o medo da humanidade poder varrer-se da face da terra por meio da política e dos meios de violência colocados à sua disposição, e a esperança da humanidade ter juízo e, em vez de eliminar a si mesma, eliminar a política - através de um governo mundial que transforme o Estado numa máquina administrativa, liquide de maneira burocrática os conflitos políticos e substitua os exércitos por tropas da polícia.

Na  verdade essa esperança é totalmente utópica quando se entende a política em geral como uma relação entre dominadores e dominados. Sob tal ponto de vista, conseguiríamos, em lugar da abolição da política, uma forma de dominação desta política ampliada ao extremo, na qual o abismo entre dominadores e dominados assumiria dimensões tão gigantescas que não seria mais possível nenhuma rebelião, muito menos alguma forma de controle dos dominadores pelos dominados. (...)

Mas, se se entende por político o âmbito mundial no qual os homens se apresentam sobretudo como atuantes, conferindo aos assuntos mundanos uma durabilidade que em geral não lhes é característica, então essa esperança não se torna nem um pouco utópica. Na História, conseguiu-se frequentemente varrer do mapa o homem enquanto ser atuante, mas não em escala mundial, porém, se for para manter o movimento em impulso, deve cair mesmo. O que não pode servir para acalmar nossas preocupações ao constatarmos que, nas democracias de massa, sem nenhum terror e de modo quase espontâneo, por um lado toma vulto uma impotência do homem e por outro aparece um processo similar de consumir e esquecer, como se girando em torno de sim mesmo de forma contínua, embora esses fenômenos continuem restritos, no mundo livre e não arbitrário, à coisa política em seu sentido mais literal e à coisa econômica.

(...)

Mas o principal ponto do preconceito corrente contra a política é a fuga da impotência, o desesperado desejo de ser livre na capacidade de agir, outrora preconceito e privilégio de uma pequena camada que como Lord Acton, achava que o poder corrompe e a posse do poder absoluto corrompe em absoluto. 

O fato dessa condenação do poder corresponder por inteiro aos desejos ainda inarticulados das massas não foi visto por ninguém com tanta clareza como Nietzsche, em sua tentativa de reabilitar o poder - se bem que ele também confundisse, ou seja identificasse, bem ao espírito da época, o poder impossível de um indivíduo ter, visto ele surgir somente pelo agir em conjunto de muitos, com a força cuja posse qualquer pessoa pode deter. (ARENDT, 1998, p. 25 a 28).

Cláudio Albano.


Politica de fato - Parte 1


É comum que numa conversa sobre política se chegue, rapidamente, à conclusão de que ela nada tem a ver com a ética, em outras palavras, que o poder político e suas realizações não se conduzem por princípios e valores voltados aos interesses coletivos, mas sim, por interesses utilitários de ordem individual ou corporativa, do tipo: "Mas... o que eu ganho votando em fulano?", ou "Votem em mim e eu lhes darei privilégios...".

Essa é a percepção que o senso comum da sociedade tem da política, e seria profundamente ingênuo afirmar que a política não passa por esses descaminhos. No entanto, não é menos ingênuo e preocupante o fato de aceitarmos tão rapidamente essa perspectiva exclusivamente negativa da política como algo óbvio, natural e inelutável.


Em geral, as conversas sobre política enveredam por caminhos que podem parecer interessantes, mas que no fundo são pouco produtivos e frustrantes. Isso se dá porque, estimulados pelos acontecimentos e pelas notícias da imprensa, fazemos questionamentos e afirmações sobre a honestidade ou a desonestidade dos políticos; sobre seus salários; negociações supostamente ilícitas; sobre os partidos; tendências; alianças questionáveis; sobre quem será candidato; sobre um projeto que está tramitando e suas possíveis consequências. Quase sempre estamos reproduzindo, diga-se de passagem, com poucos ou insuficientes dados e questionamentos, informações veiculadas pelos jornais, pelas rádios ou telejornais, e mesmo aquelas que circulam pela internet.


Em O que é política?, a pensadora Hannah Arendt escreve sobre a necessidade de avaliar os preconceitos que todos nós temos contra a política, decorrentes, em grande medida, do fato de estarmos alienados da vida política e de não sermos políticos profissionais.

Arendt estabelece duas categorias de preconceitos contra a política: no âmbito internacional - o medo de um governo mundial totalitário e violento; no âmbito local ou interno - a política é reduzida a interesses mesquinhos, particularistas e à corrupção.

Filosofia política do ensino médio - Em busca da essência do político voltaremos ao assunto em outro post, para que não fique cansativa a leitura.

Cláudio Albano 

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Politizados?

Talvez esta seja a visão de um entusiasta ou um sonhador. Indiferente do adjetivo, tal visão vem de encontro aos anseios de todos os que hora serão beneficiados por tal avanço histórico na comunidade em que vivemos.

O Secretario de Saúde do Estado do Paraná Michele Caputo Neto, visitou a obra do hospital e maternidade municipal e também a do pronto atendimento municipal. Gostou do que viu e ressaltou a importância desta conquista, bem, vamos deixar isso para os jornais e voltar para a visão do sonhador entusiasta.

Há vários tempos estamos ansiosos para vermos nossos filhos nascerem em nossa terra, onde nós os criaremos e dividiremos com eles os seus sonhos e as suas travessuras, tipicas de meninos e meninas que estão aprendendo sobre o mundo e sobre a vida.

Esse nosso pequeno cidadão merece o orgulho de disser  "Eu nasci aqui, eu sou daqui". Não seremos mais a comunidade que se ajoelha para pedir que nos deixem nascer. Nasceremos das nossas forças, das nossas próprias vontades.

Não sou politizado ou moralista, isso é certo, por que desses ouvirei disser que não há viabilidade em tal presunção, como manter? Mal sabem eles que existem as coisas certas para alguns indivíduos e que somente esses podem manter e garantir o futuro, já outros usam a expressão "não foi minha culpa" e nada fazem.

Mas gosto e entendo os politizados e moralistas, alguns até grandes amigos. Gosto por que eles se tornam a base e o cimento para que os criativos, entusiastas e sonhadores pisem e sigam em frente, sempre em frente! Entendo por que é natural que alguns indivíduos prejulguem aquilo que não compreendem. Sei que é difícil aceitar as coisas de forma natural, ainda mais quando não é aquilo que esperamos.
Um sonhador entusiasta sempre volta para falar sobre o que lhe agrada. Em breve!
Cláudio Albano