Capas


quinta-feira, 18 de julho de 2013

O Velho Chico Cansou.


Um desses homens cheios de ideais, com olhar no futuro, com um sentimento de revolução, o pensamento de um lugar que fosse bom para todos e não só para alguns, no fundo um sonhador. Esse era o velho chico!

Um dia seu filho mais moço se deparou com o velho Chico sentado em seu banco, cabisbaixo e com o cigarro de palha no canto da boca. Notou em seu pai um olhar profundo de tristeza e desanimo.
"Esse não é o velho Chico, ele não é assim" pensou imediatamente e preocupado foi perguntar o que havia acontecido com o guerreiro de tantas batalhas.

-Senta ai meu filho, vou lhe explicar: Durante muitos anos o seu velho pai lutou, brigou, formou grupos, questionou contra as injustiças e tudo o que acontecia, sendo que não importava se essa injustiça me afeta-se ou não, lá estava eu, gritando com todos para solucionar os problemas. 
Confesso que sempre gostei disso e me sentia útil ao faze-lo. É muito bom esse sentimento meu filho, de poder estar lá, bandeira na mão e grito de ordem na garganta para tentar mudar, mas cansei...
Eu cansei meu filho, o velho Chico, brigou, foi pra rua, gritou e tomou tanta pancada pelos outros que cansou, pois quando a causa era pra mim, aqueles mesmos tantos que ajudei me abandonaram.
Lutei por causas meu filho que não me diziam respeito, mas eu estava lá, enquanto aqueles a quem a causa era favorável não saiam de casa e ainda me criticavam.
Então resolvi fazer o obvio, questionar. Por que lutar por algo quando os demais não estão nem ai? Eu estava virando massa de manobra meu filho, e todos, repito, todos queriam o velho Chico, mas só quando lhes era favorável.
Fiquei conhecido como baderneiro, como revolucionário. Claro, fiz amigos, quer dizer, acho que fiz, pois muitos não perderam a chance de me criticar quando tiveram a menor oportunidade para isso!

Meu filho, o velho Chico cansou, seu pai cansou, vou começar a cuidar de mim e apenas torcer pelos outros, apenas torcer...

Cláudio Albano

terça-feira, 2 de julho de 2013

A felicidade é simples!

Saudades do tempo em que o mês de Julho significa férias!
Tempo em que a única preocupação era o boletim e não os boletos!
A maior indecisão era escolher entre jogar bola ou brincar de carrinho!

Tempo de menino que tudo que ocupava o pensamento quando ia deitar a noite era de que iria brincar no outro dia. O horário importante que não poderia ser perdido era o de assistir o desenho favorito.

brincar de esconde, rodar pião, bola de gude, nadar no rio e depois ficar duas horas no sol para secar a roupa para fugir do flagrante da mãe.
Aquele tempo em que até dia de chuva era dia de soltar a alma e se jogar na lama sem receios, os dias de ventos fortes eram recebidos com alegria pois era ideal para soltar pipa.
A infância é engraçada, possuímos tudo que precisamos para ser feliz, mas ainda não temos a maturidade para perceber e aproveitar tudo.

Onde jogamos aquela felicidade que outrora era o maior bem que tínhamos? Podemos sempre recarregar nossas forças com a lembrança daqueles momentos de nostalgia de quando eramos realmente felizes!

Como disse Voltaire: A infância tem as suas maneiras próprias de ver, pensar e sentir. Nada mais insensato que pretender substituí-las pelas nossas. Ou será que Cesare Pavese tem razão quando afirma que não é bom ser criança: bom é, quando somos velhos, pensar em quando éramos crianças?

Cláudio Albano