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sábado, 16 de julho de 2016

DESIGUALDADE SOCIAL NA ATUALIDADE E OS PROBLEMAS CAUSADOS PELO CRESCIMENTO DO DESEMPREGO

Trabalho para o curso de licenciatura em Sociologia - Aluno Cláudio Albano


Introdução
Pobreza e desigualdade econômica e social encontram-se entre as temáticas mais constantes das analisadas da América Latina (ROBERT, 1995); São altos os índices de desigualdade que colocam a região em foco tanto com relação às políticas governamentais voltadas para a superação da pobreza, como com relação aos efeitos provocados no sistema político e social latino-americano. Essas análises usualmente atribuem aos altos indícies de desigualdade uma série de mazelas do tecido político e social, como os problemas causados pelo crescimento do desemprego.


Desenvolvimento
No livro texto da disciplina Metodologia de Ensino das ciências sociais lemos que cada indivíduo precisa entender que suas atitudes, seus valores, o trabalho que exerce e as relações sociais que constrói são frutos do tempo em que vive. Não se pode criar um conflito entre o que se vive e o que se pensa. A desigualdade social, principalmente a que foca o racismo, é um pensamento retrógado e fora dos padrões atuais de comportamento exigido pela sociedade atual. Hoje mais do que nunca é preciso entender que somos uma única raça. Não existe raça negra, branca ou amarela, existe apenas a raça humana.

Como vimos na disciplina História da Antropologia temos que compreender o ser humano visto como espécie. Olhar para nós mesmos como uma espécie do reino animal implica em nos reconhecer como animal que apenas se diferencia pelas características especifica como a simbolização e produção de cultura.

Obviamente que quando falamos de desigualdades sociais não podemos focar apenas na questão de raças, mas também na questão financeira, social e cultural dos indivíduos. Em meu trabalho de observação e projeto desenvolvido para o semestre na Escola Municipal Henrique Ghellere na Cidade de São Miguel do Iguaçu, Paraná, pude constatar que embora, em sua maioria, os alunos residam em um mesmo bairro, ainda assim se vê entre eles, desigualdades sociais. O aluno que tem uma mochila melhor geralmente se relaciona com outros que também tem mochila melhor.  Os alunos que  gostam de determinados heróis se relacionam com aqueles que tem a mesma preferência, excluindo aqueles que tem pensamentos diferentes.

Ocorre que, de forma natural, o ser humano acaba se isolando de outros que não pensam da mesma forma, são pequenas sociedades formando-se no interior da grande sociedade. Natural, desde que não influenciem em tratar como desigual quem pensa diferente ou quem tem um padrão de vida inferior como o aluno da mochila não tão boa quanto.

A desigualdade social ultrapassa os limites do materialismo e se expressa em todas as esferas da vida humana visto que a sociedade capitalista é complexa e marcada por jogos de interesses entre classes sociais, crises morais, crescimento da burocracia, lutas pelo poder, etc. como vimos na disciplina Ciências sociais deste segundo semestre.

A sociedade atribui ao Governo a responsabilidade de acabar com a desigualdade social, porém este não é um trabalho único e exclusivo do Governo mas de todo o individuo que queira visar um futuro igualitário para todos, mesmo por que o governo se mostra ineficiente em suas politicas públicas. Como vimos na disciplina Pensamento político moderno, os atuais acontecimentos e os acontecimentos ao longo da historia confirmam essa observação. Os movimentos grevistas e as reivindicações populares puseram em risco o silencioso consentimento com o estrondo das manifestações urbanas, porém esses movimentos não queriam o poder, e sim mudanças no poder, mais precisamente na condução da política econômica e diretrizes das politicas públicas.

As reivindicações e movimentos sociais que tomam as ruas abrem uma  comunicação com o poder, mostrando o descontentamento, esses movimentos abrem uma variedade de formas de mostrar o que querem e precisam. Sabemos que quando falamos de comunicação, a abrangência é ilimitada. Na interação humana, a comunicação pode ser realizada por meio de um simples gesto, ou até por complexidade de um texto cientifico escrito. Vimos isso na disciplina Comuniação  e Expressão, por isso, a forma de comunicação encontrada pelos mais diversos movimentos sociais, usando as ruas, são ouvidos e talvez não em total e absoluto, mas suas reivindicações são em partes, atendidas.

Entre esses vários movimentos estão os que pedem abertura de emprego, maiores números de vagas no mercado de trabalho. O Desemprego se dá quando a média da população que, com a sua força de trabalho, não está devidamente alocada em um emprego. É um fenômeno com maior índice, observado principalmente em países emergentes, cuja economia não cresce em proporção ao crescimento demográfico da população, que, por sua vez, não encontra meios de alocação no mercado de trabalho, por consequência de outros fenômenos como a educação precária, e mecanização da maioria dos meios de produção. Observa-se o desemprego como outra consequência da desigualdade social, uma vez que quem detém a renda numa sociedade, tem acesso a uma melhor capacitação profissional e educacional, que subsidia a empregabilidade de um cidadão.
Embora a geração de empregos tenha aumentado nos últimos anos, graças ao crescimento da economia, ainda existem milhões de brasileiros desempregados, este número pode aumentar com a atual crise econômica. Nos anos de crescimento da economia, porém, não foram o suficiente para gerar os empregos necessários no Brasil. A falta de uma boa formação educacional e qualificação profissional de qualidade também atrapalham a vida dos desempregados. Muitos têm optado pelo emprego informal (sem carteira registrada), fator que não é positivo, pois estes trabalhadores ficam sem a garantia dos direitos trabalhistas.

            Sendo que o desemprego é uma construção subjetiva, muitas vezes a variação encontrada nas estatísticas do desemprego (se as comparamos com contextos sociais diversos) resulta de que, para serem socialmente reconhecidos (e contabilizados) como desempregados, é necessário que os indivíduos se auto-reconheçam como tais e acorram às instâncias de reconhecimento institucional do desemprego. Para entender, se, quando e como essa auto-identificação se produz, é imprescindível a análise das experiências biográficas, o estudo dos percursos profissionais dos desempregados, bem como do sentido subjetivo atribuído à condição do desemprego pelos indivíduos que a vivenciam. ( GUIMARÃES, 2006)

Além do crescimento do desemprego, está ocorrendo uma ampliação da economia informal, mostrando que as melhorias técnicas diminuem os empregos em vez de criá-los. Dificilmente pode-se encontrar um único setor industrial em que o número de empregados não tenha tendência a contrair-se. Nos dias atuais é impossível ignorar o extraordinário efeito destas metamorfoses sobre o mundo do trabalho. A contínua redução industrial e o crescimento menor dos serviços têm ampliado o desemprego e a insegurança no trabalho, pois, com a redução de postos de trabalho, a qualidade desses empregos afasta-se dos padrões desejáveis, aumentando, assim, o trabalho precário, com a consequente ampliação das desigualdades sociais, da pobreza e da exclusão. Parte do aumento do desemprego deve-se à reestruturação tecnológica e à adoção de novas formas de organização do trabalho que as empresas vêm praticando com o objetivo de reduzir custos e de aumentar a competividade dentro de uma economia aberta e globalizada. (BARBARA, 1999).



                                     Considerações Finais.
Na disciplina Psicologia do desenvolvimento da Aprendizagem se percebe que o ser humano se desenvolve mental e organicamente. O Desenvolvimento se caracteriza pelo aparecimento de estruturas mentais que se aperfeiçoam e modificam ao longo da vida, porém, com períodos de grandes modificações antes de atingir a idade adulta. São as regras que garantem o funcionamento harmônico da inteligência, da vida afetiva, das habilidades em geral e das relações sociais.

As desigualdades sociais surgem durante o processo, como que enraizadas no capitalismo e na realidade social que se vive, para se mudar isso e preciso mudar todo um conceito de regras e sociedade. O individuo precisa ser educado deste a infância de forma igualitária pelas instituições família, Igreja, Escola. Aplico aqui o positivismo de Augusto Comte: amor por principio e a ordem por base: o progresso por fim.


                               BIBLIOGRAFIA:

ROBERTS, K. "Neoliberalism and the transformation of populism in Latin America: the Peruvian case". World Politics, vol. 48, nº 1, p. 82-116, 1995.

Balbachevsky, Elizabeth and Holzhacker, Denilde; O novo consenso da sociedade brasileira: democracia e igualdade. Opin. Publica, Nov 2011, vol.17, no.2, p.493-515. ISSN 0104-6276
Euzébios Filho, Antonio and Guzzo, Raquel Souza Lobo; Desigualdade social e pobreza: contexto de vida e de sobrevivência. Psicol. Soc., Abr 2009, vol.21, no.1, p.35-44. ISSN 0102-7182
GUIMARÃES, Nadya Araujo. Por uma sociologia do desemprego. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, 2006.

Barbara, Maristela Miranda. "Reestruturação produtiva, qualificação, requalificação e desemprego: percepção e sofrimento do trabalhador". Psicol. cienc. prof., 1999, vol.19, no.1, p.30-49. ISSN 1414-9893