Trabalho para o curso de licenciatura em Sociologia - Aluno Cláudio Albano
Introdução
Introdução
Pobreza e desigualdade econômica e social encontram-se entre as
temáticas mais constantes das analisadas da América Latina (ROBERT, 1995); São
altos os índices de desigualdade que colocam a região em foco tanto com relação
às políticas governamentais voltadas para a superação da pobreza, como com
relação aos efeitos provocados no sistema político e social latino-americano.
Essas análises usualmente atribuem aos altos indícies de desigualdade uma série
de mazelas do tecido político e social, como os problemas causados pelo
crescimento do desemprego.
Desenvolvimento
No livro texto da
disciplina Metodologia de Ensino das ciências sociais lemos que cada indivíduo precisa
entender que suas atitudes, seus valores, o trabalho que exerce e as relações
sociais que constrói são frutos do tempo em que vive. Não se pode criar um
conflito entre o que se vive e o que se pensa. A desigualdade social,
principalmente a que foca o racismo, é um pensamento retrógado e fora dos
padrões atuais de comportamento exigido pela sociedade atual. Hoje mais do que
nunca é preciso entender que somos uma única raça. Não existe raça negra,
branca ou amarela, existe apenas a raça humana.
Como vimos na
disciplina História da Antropologia temos que compreender o ser humano visto
como espécie. Olhar para nós mesmos como uma espécie do reino animal implica em
nos reconhecer como animal que apenas se diferencia pelas características
especifica como a simbolização e produção de cultura.
Obviamente que quando
falamos de desigualdades sociais não podemos focar apenas na questão de raças,
mas também na questão financeira, social e cultural dos indivíduos. Em meu
trabalho de observação e projeto desenvolvido para o semestre na Escola
Municipal Henrique Ghellere na Cidade de São Miguel do Iguaçu, Paraná, pude
constatar que embora, em sua maioria, os alunos residam em um mesmo bairro,
ainda assim se vê entre eles, desigualdades sociais. O aluno que tem uma mochila
melhor geralmente se relaciona com outros que também tem mochila melhor. Os alunos que
gostam de determinados heróis se relacionam com aqueles que tem a mesma
preferência, excluindo aqueles que tem pensamentos diferentes.
Ocorre que, de forma
natural, o ser humano acaba se isolando de outros que não pensam da mesma forma,
são pequenas sociedades formando-se no interior da grande sociedade. Natural,
desde que não influenciem em tratar como desigual quem pensa diferente ou quem
tem um padrão de vida inferior como o aluno da mochila não tão boa quanto.
A desigualdade social
ultrapassa os limites do materialismo e se expressa em todas as esferas da vida
humana visto que a sociedade capitalista é complexa e marcada por jogos de
interesses entre classes sociais, crises morais, crescimento da burocracia,
lutas pelo poder, etc. como vimos na disciplina Ciências sociais deste segundo
semestre.
A sociedade atribui ao
Governo a responsabilidade de acabar com a desigualdade social, porém este não
é um trabalho único e exclusivo do Governo mas de todo o individuo que queira
visar um futuro igualitário para todos, mesmo por que o governo se mostra ineficiente
em suas politicas públicas. Como vimos na disciplina Pensamento político
moderno, os atuais acontecimentos e os acontecimentos ao longo da historia
confirmam essa observação. Os movimentos grevistas e as reivindicações
populares puseram em risco o silencioso consentimento com o estrondo das
manifestações urbanas, porém esses movimentos não queriam o poder, e sim
mudanças no poder, mais precisamente na condução da política econômica e
diretrizes das politicas públicas.
As reivindicações e
movimentos sociais que tomam as ruas abrem uma
comunicação com o poder, mostrando o descontentamento, esses movimentos
abrem uma variedade de formas de mostrar o que querem e precisam. Sabemos que
quando falamos de comunicação, a abrangência é ilimitada. Na interação humana,
a comunicação pode ser realizada por meio de um simples gesto, ou até por
complexidade de um texto cientifico escrito. Vimos isso na disciplina
Comuniação e Expressão, por isso, a
forma de comunicação encontrada pelos mais diversos movimentos sociais, usando
as ruas, são ouvidos e talvez não em total e absoluto, mas suas reivindicações
são em partes, atendidas.
Entre esses vários movimentos estão os
que pedem abertura de emprego, maiores números de vagas no mercado de trabalho.
O Desemprego se dá quando a média da população que,
com a sua força de trabalho, não está devidamente alocada em um emprego. É um
fenômeno com maior índice, observado principalmente em países emergentes, cuja economia não
cresce em proporção ao crescimento demográfico da população, que, por sua vez,
não encontra meios de alocação no mercado de trabalho, por consequência de
outros fenômenos como a educação precária, e mecanização da maioria dos meios de produção. Observa-se
o desemprego como outra consequência da desigualdade social, uma vez que quem
detém a renda numa sociedade, tem acesso a uma melhor capacitação profissional
e educacional, que subsidia a empregabilidade de um cidadão.
Embora a geração de empregos tenha
aumentado nos últimos anos, graças ao crescimento da economia, ainda existem
milhões de brasileiros desempregados, este número pode aumentar com a atual
crise econômica. Nos anos de crescimento da economia, porém, não foram o
suficiente para gerar os empregos necessários no Brasil. A falta de uma boa
formação educacional e qualificação profissional de qualidade também atrapalham
a vida dos desempregados. Muitos têm optado pelo emprego informal (sem carteira
registrada), fator que não é positivo, pois estes trabalhadores ficam sem a
garantia dos direitos trabalhistas.
Sendo que o desemprego é uma
construção subjetiva, muitas vezes a variação encontrada nas estatísticas do
desemprego (se as comparamos com contextos sociais diversos) resulta de que,
para serem socialmente reconhecidos (e contabilizados) como desempregados, é
necessário que os indivíduos se auto-reconheçam como tais e acorram às
instâncias de reconhecimento institucional do desemprego. Para entender, se,
quando e como essa auto-identificação se produz, é imprescindível a análise das
experiências biográficas, o estudo dos percursos profissionais dos
desempregados, bem como do sentido subjetivo atribuído à condição do desemprego
pelos indivíduos que a vivenciam. ( GUIMARÃES, 2006)
Além do crescimento do desemprego, está ocorrendo uma ampliação da economia
informal, mostrando que as melhorias técnicas diminuem os empregos em vez de
criá-los. Dificilmente pode-se encontrar um único setor industrial em que o
número de empregados não tenha tendência a contrair-se. Nos dias atuais é
impossível ignorar o extraordinário efeito destas metamorfoses sobre o mundo do
trabalho. A contínua redução industrial e o crescimento menor dos serviços têm
ampliado o desemprego e a insegurança no trabalho, pois, com a redução de
postos de trabalho, a qualidade desses empregos afasta-se dos padrões
desejáveis, aumentando, assim, o trabalho precário, com a consequente ampliação
das desigualdades sociais, da pobreza e da exclusão. Parte do aumento do
desemprego deve-se à reestruturação tecnológica e à adoção de novas formas de
organização do trabalho que as empresas vêm praticando com o objetivo de
reduzir custos e de aumentar a competividade dentro de uma economia aberta e
globalizada. (BARBARA, 1999).
Considerações Finais.
Na disciplina
Psicologia do desenvolvimento da Aprendizagem se percebe que o ser humano se
desenvolve mental e organicamente. O Desenvolvimento se caracteriza pelo
aparecimento de estruturas mentais que se aperfeiçoam e modificam ao longo da
vida, porém, com períodos de grandes modificações antes de atingir a idade
adulta. São as regras que garantem o funcionamento harmônico da inteligência,
da vida afetiva, das habilidades em geral e das relações sociais.
As desigualdades
sociais surgem durante o processo, como que enraizadas no capitalismo e na
realidade social que se vive, para se mudar isso e preciso mudar todo um
conceito de regras e sociedade. O individuo precisa ser educado deste a
infância de forma igualitária pelas instituições família, Igreja, Escola. Aplico
aqui o positivismo de Augusto Comte: amor por principio e a ordem por base: o
progresso por fim.
BIBLIOGRAFIA:
ROBERTS, K. "Neoliberalism and the
transformation of populism in Latin America: the Peruvian case". World
Politics, vol. 48, nº 1, p. 82-116,
1995.
Balbachevsky, Elizabeth and Holzhacker, Denilde; O novo consenso da sociedade brasileira: democracia e igualdade. Opin. Publica, Nov 2011, vol.17, no.2, p.493-515. ISSN 0104-6276
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Euzébios Filho, Antonio and Guzzo,
Raquel Souza Lobo; Desigualdade social
e pobreza: contexto de vida e de
sobrevivência. Psicol.
Soc., Abr 2009, vol.21, no.1, p.35-44. ISSN 0102-7182
GUIMARÃES, Nadya Araujo. Por uma sociologia do desemprego. Associação Nacional de
Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, 2006.
Barbara, Maristela Miranda. "Reestruturação produtiva, qualificação, requalificação e desemprego: percepção e sofrimento do trabalhador". Psicol. cienc. prof., 1999, vol.19, no.1, p.30-49. ISSN 1414-9893