Olhou no relógio que fica acima do espelho do carro, 15:30. um bom horário para andar, a 277 não apresentava um volume alto de carros e o trafego estava fluindo normalmente. Ao seu lado a linda Susi cochilava cansada, olhou para o seu rosto, esse rosto, essa mulher, que tanto ama e que transformou sua vida. No banco de trás o pequeno Dani, sentado na cadeirinha com o cinto em volta do seu pequeno menino de apenas 5 anos de idade.
O passeio de férias até Foz do Iguaçu tinha sido maravilhoso, conheceram todos os pontos turísticos, mas as cataratas eram inesquecíveis. Todo o esplendor da natureza, um espetáculo que tanto ele, como sua amada Susi e o pequeno Dani jamais esqueceriam.
Passavam agora por uma pequena cidade. "110". A velocidade é boa, a via é dupla, olhou no espelho o pequeno Dani olhava pelo vidro, estava curioso e era aceitável, pois onde moravam jamais tinham vistos a mistura de plantação e cidade juntas. Ao olhar o trevo logo em frente percebeu que um carro se aproximava e provavelmente iria adentrar a BR ou usar o contorno, obviamente iria parar e esperar quem estava passando, no caso, ele e sua família.
Mas ele não esperou ou não percebeu...
Mas ele não esperou ou não percebeu...
Tentou o freio e escutou o grito horrorizado da esposa, não deu tempo. O choque foi ensurdecedor, o barulho de lata com lata era como um toque de trompetes, "os trompetes da morte". Um voo pareceu acontecer e sentiu quando o teto do carro bateu contra o asfalto reproduzindo o repique de bateria de escola de samba. "Escola de samba! Só estou voltando pro meu Rio". A escuridão encontrou os seus olhos.
Abriu os olhos.
Olhou ao lado, um amontoado de lata e viu a mão de sua Susi mas não via o seu rosto, a dor era forte, se esforçou e olhou para o banco de trás mas onde estava Dani? Só viu um clarão como se a porta estivesse aberta, a cadeirinha esta ali, mas onde está Dani? Percebeu alguém lhe colocando algo no pescoço e depois foi retirado do carro:
Olhou ao lado, um amontoado de lata e viu a mão de sua Susi mas não via o seu rosto, a dor era forte, se esforçou e olhou para o banco de trás mas onde estava Dani? Só viu um clarão como se a porta estivesse aberta, a cadeirinha esta ali, mas onde está Dani? Percebeu alguém lhe colocando algo no pescoço e depois foi retirado do carro:
-Dani? Onde está meu filho? -Conseguiu disser com voz rouca e cansada.
-Seu filho está bem, confie em mim, ele sofreu apenas ferimentos leves -Escutou alguém disser.
-e Susi? minha linda Susi?
Não ouviu nada, apenas o silêncio e os seus olhos escureceram novamente!
Um clarão apareceu em sua frente. "Estou morto? onde é que estou?"
-Papai acordou! -Era a voz do pequeno Dani, e isso lhe fez sorrir internamente. Seu filho estava bem.
-Meu filho -conheceu a voz de sua Mãe -Graças a Deus!
-Onde está Susi? Eu preciso vê-la... Deus, onde está Susi?
-Mamãe está no céu Papai -Era Dani quem lhe dera a noticia!
-Não -O grito não foi forte, pois se sentia fraco, mas uma lágrima lhe caiu no rosto.
-Meu filho, que bom que você acordou -Disse sua Mãe -Fazem dois meses que você esta ai, quase perdemos as esperanças. Dani precisa de você, agora, mais que nunca. Aquele trevo tirou a vida da Susi, mas não conseguiu tirar a sua e a do seu filho!
Cláudio Albano